Pessoal, como há aqui no fórum users com grande conhecimento técnico, há também aqueles que estão iniciando e aprendendo. Acredito que o material que reuni não se aplicará aos mais experientes [talvez], mas certamente sanará algumas dúvidas e trará conhecimento a outros tantos. Espero poder ajudar, afinal uma das melhores formas de aprender é lendo!
Lavar o carro com querosene pode trazer problemas de pintura?
Esse é o famoso mito do querosene, que serve de receita caseira para a retirada de manchas da pintura. Uns afirmam que limpar o carro com a substância deixa a lataria brilhante, outros dizem que corrói a tinta. Segundo especialistas "se o carro não passou por cristalização, espelhamento, enceramento ou vitrificação não há problemas, caso contrário, o querosene tira a camada protetora".
Porém, alguns cuidados devem ser tomados durante a aplicação:
- Não passe o querosene puro e nem com o carro no sol;
- É indicado que o procedimento seja feito por um profissional porque o produto é um solvente;
O querosene deve estar bem diluído, numa proporção de uma parte de querosene para cinco de água aproximadamente. Mesmo assim, usar o solvente com muita frequência não é recomendado. Ele deve ser usado para remover manchas, principalmente as de piche, apenas esporadicamente.
Outra boa dica para a limpeza é o uso do desengraxante. O produto é usado nas oficinas antes de uma nova pintura. Ele higieniza a superfície sem interferir na tinta. Em plásticos e borrachas é melhor manter o querosene longe. Ele pode deixar as regiões esbranquiçadas (para elas é melhor usar produtos siliconizados).
Como é medida a octanagem dos combustíveis?
Na verdade, existem dois métodos de medição do número de octanas de um combustível utilizado em motores do ciclo Otto (ou seja, propulsores quatro tempos). O resultado de um deles é o RON (Research Octane Number, ou Número de Octanas Pesquisa), mas há também o MON (Motor Octane Number, ou Número de Octanas Motor). O primeiro diz respeito ao teste realizado para verificar a resistência do combustível à detonação em um motor-padrão, específico para essa finalidade, trabalhando em giros baixos. Já o MON avalia essa mesma resistência, porém, em rotação elevada.
Por conta das condições muito específicas de avaliação, os índices apresentam resultados diferentes. O MON, avaliado em altos giros, oferece um resultado menor porque a temperatura na câmara de combustão, mais elevada, também facilita a combustão.
De qualquer forma, a informação que vale para o dono do carro é a média desses dois valores – basta somá-los e dividir o resultado por dois –, o que, geralmente, é informado pelos postos de combustíveis. Dica importante: o número de octanas do combustível que será utilizado pode ser maior que o indicado pelo fabricante do veículo, mas não pode, de forma alguma, ser inferior ao recomendado.
A octanagem, que é o índice de resistência à detonação do combustível, não tem correspondência com a qualidade da gasolina, álcool ou GNV. Porém, motores de potência elevada exigem compressão mais alta e, por consequência, combustíveis mais resistentes à ignição espontânea. Seja lá qual for o motor de seu veículo, é importante abastecer com um tipo de combustível que seja adequado a ele.
A adição de álcool é uma forma de aumentar a octanagem da gasolina, já que o combustível vegetal possui número mais elevado de octanas – entre 110 e 120, contra 91 a 95 da gasolina. O diesel também é submetido a testes similares, mas para a verificação do índice de cetanas.
Usar gasolina podium diminui o consumo?
Segundo os especialistas, no caso dos modelos populares, o menor consumo da gasolina podium é desprezível. Isso porque que os motores mais simples, de baixa cilindrada, não estão preparados para aproveitar a maior octanagem da gasolina podium, apropriada para com motores com alta taxa de compressão e que vêm com um mapeamento da centralina que permite usar uma curva de avanço mais ousada. A única vantagem da podium nos modelos populares seria o maior prazo de validade, ou seja, este tipo de gasolina consegue conservar por mais tempo suas propriedades sem se deteriorar.
Apenas a título de comparação, a gasolina comum tem 87 octanas IAD (Índice Auto Detonante) enquanto que na podium são 95 IAD. Portanto, a podium tem poder antidetonante maior, permitindo trabalhar com taxas de compressão maiores sem causar a chamada pré-ignição (também conhecida como “bater pino”). Com uma taxa de compressão maior, o motor tem melhor rendimento, o que implica teoricamente em mais força e menos consumo.
Velocidade do seletor do ar-condicionado influencia o consumo?
A velocidade do ventilador com o ar-condicionado ligado altera o consumo de combustível do carro. Segundo especialistas, a diferença é pequena, mas existe. Se a velocidade de ventilação for baixa, a refrigeração será menor, consequentemente, o tempo de acionamento do compressor será reduzido, diminuindo o consumo.
Já o ajuste de temperatura, em sistemas manuais, não interfere no gasto de combustível. Em alguns sistemas automáticos, como a regulagem é mais precisa, pode haver uma variação maior do consumo, especialmente em modelos com dupla zona de temperatura (uma para o motorista e outra para o passageiro). Ou seja a variação vai depender do carro e do sistema de ar-condicionado.
Em relação ao desempenho do ar-condicionado na estrada, com a rotação maior do motor, aumenta a rotação do compressor, bombeando mais gás. Quando o carro está em velocidades mais altas, a refrigeração do condensador aumenta, melhorando o desempenho do sistema de ar-condicionado.
Como remover respingos de tinta que caíram na lataria?
Primeiro é preciso saber do que é feita a tinta que caiu no veículo. Se for à base de água a solução do problema é bem fácil. Como as tintas látex, dá para remover com um pano ou com algodão, utilizando um polidor.
Agora, se a tinta não for à base de água, o problema é bem mais complicado e o mais indicado é que um profissional faça o serviço de remoção. Respingos de tintas em carros zero quilômetro, que nunca sofreram pintura, podem ser removidos com thinner, porém: deve tem que ser feito [a remoção] por um profissional pois o thinner é um solvente muito forte.
Em carros que já passaram por pintura, o solvente não pode ser utilizado porque remove a tinta do veículo. Nesses casos, somente uma nova pintura pode resolver o problema.
Por que os motores atuais usam alta taxa de compressão?
Aumentando a pressão interna do bloco, a reação de combustão acontece mais rapidamente e de forma mais eficiente. Assim, o motor funciona superalimentado e isso é perceptível no aumento da potência. Mas é preciso cuidado. “Em carros de série, as peças já são dimensionadas para resistirem à taxa de compressão alta do motor. É diferente do que ocorre no carro adaptado, quando não há monitoramento para saber o que acontece”, explica Renato Romio, professor de engenharia mecânica do Instituto Mauá.
Taxa de compressão indica quantas vezes a mistura ar-combustível precisa ser diminuída para caber na câmara de combustão. Porém, existe um limite para isso e que não deve ser ultrapassado para não ocasionar pré-ignição, a chamada “bater pino”. Há alguns anos, carros com motores de até dois litros de cilindrada, possuíam taxa baixa, de 6, 7:1. Atualmente, modelos 1.0 já têm taxas mais altas, acima de 12:1. É o caso do Ford Ka, cujo motor 1.0 tem 12,8:1.
Se é verdade que alterar a taxa de compressão de um motor pode levar ao desgaste de suas peças, isso não se aplica a um motor já feito com taxa alta. “Quando uma taxa alta vem de fábrica, já fazem o motor dimensionado para trabalhar com ela. São feitos vários testes. As peças podem quebrar no início, mas vão sendo ajustadas”, diz Renato Romio. O engenheiro ainda complementa: “a taxa tem um limite, que depende do combustível. Vai até 13, 14:1”.
O que significam as siglas das embalagens dos óleos lubrificantes?
De acordo com o fabricante Castrol, as siglas SAE ( Society of Automotive Engineer, ou Sociedade dos Engenheiros Automotivos) e API (American Petroleum Institute, ou Instituto Americano de Petróleo), classificam as características de viscosidade e desempenho dos lubrificantes.
A SAE criou uma classificação de viscosidade, propriedade que varia com a temperatura. Dessa forma, os óleos lubrificantes ficam, em princípio, divididos em dois grupos: os de “inverno”, que têm a viscosidade medida a baixas temperaturas e são identificados pela letra W (de winter, inverno na língua inglesa) e os de “verão”, cuja viscosidade é medida a 100° C.
Nos dois grupos, quanto maior é o grau mais viscoso é o óleo. Assim, um óleo SAE 40 é mais viscoso que um SAE 30 e um SAE 20W é mais viscoso que um SAE 10W. Esta classificação é importante para que se identifique os lubrificantes que possibilitem uma fácil e rápida movimentação, tanto do mecanismo quanto do próprio óleo, mesmo em condições de frio rigoroso (óleos de inverno); e aqueles que trabalhem em altas temperaturas, sem prejudicar a lubrificação (óleos de verão), pois quanto mais quente está o fluído menos viscoso ele se apresenta.
Segundo a Castrol, o consumidor deve estar atento a outro ponto: existem óleos que atendem a essas duas exigências ao mesmo tempo. São os multiviscosos, cujo código SAE reúne graus de óleos de inverno e de verão. Um óleo SAE 20W/50, por exemplo, mantém a viscosidade adequada tanto em baixas temperaturas, facilitando a partida a frio, quanto nas altas.
Já a API criou uma classificação quanto ao nível de desempenho do lubrificante, baseado nos graus de severidade das condições de trabalhos existentes. Para atender a estas diferentes condições, os lubrificantes são formulados com diferentes tipos e/ou quantidades de aditivos.
Segundo a empresa, o código API se divide em duas categorias para óleos de motor. Uma começa pela letra S e vale para motores a gasolina e a álcool. A outra começa com a letra C e serve aos motores a diesel. Uma segunda letra, que se junta ao S ou ao C, obedecendo a ordem alfabética, indica o tipo de serviço que o motor é capaz de executar.
Para os motores do ciclo Otto temos especificações de SA a SM – vale lembrar que os óleos de SA a SD não são mais oferecidos no mercado por conta de sua tecnologia ultrapassada. O mais moderno deles, o SM, foi lançado em 2004 para oferecer, principalmente, características de resistência à oxidação e proteção contra depósitos.
Para motores a diesel, os lubrificantes são classificados de CA a CF, CF-4, CG-4, CH-4, CI-4 e CJ-4 – CA e CB também estão fora do mercado. Introduzida em 2002, a especificação CI-4 prescreve desempenho especialmente efetivo na proteção do motor com sistemas de pós-tratamento da exaustão, que demandam ainda mais do lubrificante. Além de conhecer estas especificações, lembre-se que é importante verificar que tipo de lubrificante é recomendado pelo manual do proprietário para garantir a durabilidade do motor do seu veículo.
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Fonte: Revista AutoEsporte
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